Acontece na vida de todos nós:
queremos o melhor para os nossos,
mas nem sempre podemos dar o nosso melhor;
amamos e, às vezes, precisamos que alguém demonstre esse amor por nós.
Neste espaço vamos trocar ideias sobre cuidados especiais - com idosos, enfermos, recém nascidos,
pacientes pós cirúrgicos, pessoas com deficiência, pacientes terminais, portadores de demência,
grávidas de alto risco...
Pois cuidar do outro é, antes de tudo,
a arte de exercer carinho e boa vontade.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Caixa de recordações: uma ferramenta para a memória


Caixa de Recordações é uma técnica sensível e muito interessante que estimula a mente e a memória. A especialista Ana Belén Martín  explica como os objetos que guardamos com o tempo ajudam a conectar com momentos importantes da vida que fizeram a nossa identidade.

Quando abordamos o tema da Terapia de Lembranças, uma das técnicas que cito como mais frequente e efetiva é a chamada Caixa de Recordações. É uma estratégia tão interessante e simples de se fazer, que vamos nos aprofundar mais um pouco no seu conceito e utilização para torná-la mais acessível a qualquer pessoa que queira usá-la com seu familiar, paciente etc...

Caixa de Recordações consiste em um lugar ou uma caixa na qual a pessoa possa dispor de suas recordações mais significativas, por meio da compilação de objetos pessoais, ou bens materiais que sejam comuns ao paciente ou a um grupo de pacientes da mesma geração.

O uso da Caixa de Recordações pode servir a diversas finalidades, dentre as quais ressaltamos as seguintes:
  • Sessões individuais de apoio psicológico.
  • Terapias grupais de reminiscências.
  • Grupos de conversação
  • Momentos de validação – da identidade, da vida.
  • Como estímulo para comunicar-se e compartilhar vivências com outras pessoas.

Esta caixa pode conter objetos de toda espécie. Entre outros, poderíamos citar os seguintes:
Materiais gráficos.
  •  Fotografias pessoais
  •  Fotografias antigas não pessoais.
  •  Documentação antiga, como carnês de pagamento, documentos de afiliação a clubes, grupos ou entidades, cadernos de escola, livros didáticos...
  •  Agendas, cartas, cartões postais e de natal, anotações pessoais.
  • Bilhetes, notas fiscais.
  • Tickets de shows, teatro, espetáculos.
  • Propagandas e folhetos de viagens.
  • Coleção de figurinhas.
  • Recortes de jornais e revistas.
  • Livros de história antigos.

Materiais audiovisuais
  • Músicas da época do paciente
  • Letras de músicas.
  • Vídeos documentais do passado.
  • Filmes da coleção do paciente e filmes antigos
  • Slides.

Outros objetos pessoais
  • Roupas e acessórios antigos.
  • Objetos antigos do paciente como relógios, jóias ou joguinhos.
  • Perfumes de uso habitual do paciente no passado.
  • Outro tipo de coleções, por exemplo moedas, selos...

É importante ressaltar que a compilação destes materiais, uma vez que são fundamentalmente objetos pessoais, deve contar sempre com a aprovação do paciente, pois “não se trata, de forma alguma, de invadir sua intimidade, mas de facilitar a evocação de recordações a partir de uma disposição emocional de aceitação, cooperação e comunicação entre ambas as partes” (Andrés Sardiner).

Os exercícios com a Caixa de Recordações são realizados no lugar onde o paciente recebe atenção, onde ele se sentir à vontade. Deve-se procurar que os objetos incluídos não tenham valor econômico nem emocional excessivamente alto, devido ao risco de perda ou deterioração, caso a Caixa de Recordações tenha que ser transportada para fora da residência. Mesmo assim, a sua utilização em centros de terapia também serve ao propósito de proporcionar segurança ao paciente, acompanhá-lo, favorecer sua orientação e nortear o sentido de identidade e continuidade de sua vida; o objeto de apego converte-se num facilitador  para que a pessoa sinta-se bem no centro de terapia.

Acredito que uma estimulação cognitiva constante, personalizada e flexível faz com que o avanço da doença de Alzheimer e outras demências seja mais lento, e aporta qualidade de vida. Esta terapia pretende ajudar o cuidador familiar e profissional a manter ao máximo as capacidades do paciente e a ensiná-lo a assumir a doença.

Ana Belén Martin
Psicóloga especializada em incapacidades

Visite nosso site: www.lifeangels.com.br

2 comentários:

  1. muito bom o site de vcs, bastante esclarecedor parabens. Aparecida

    ResponderExcluir
  2. Achei fantástica a idéia.
    Quando fiz terapia no Revida ( grupo que atende a pacientes com câncer),os psicólogos usaram essa técnica. Foi muito gratificante para mim trazer à tona alguns objetos que guardo de minha infância e falar sobre eles e sentir o quanto foram significativos na minha vida.Parabéns pelo trabalho.Branca Vaccari

    ResponderExcluir

Deixe sua opinião sobre este assunto, ela é muito bem vinda.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...