Acontece na vida de todos nós:
queremos o melhor para os nossos,
mas nem sempre podemos dar o nosso melhor;
amamos e, às vezes, precisamos que alguém demonstre esse amor por nós.
Neste espaço vamos trocar ideias sobre cuidados especiais - com idosos, enfermos, recém nascidos,
pacientes pós cirúrgicos, pessoas com deficiência, pacientes terminais, portadores de demência,
grávidas de alto risco...
Pois cuidar do outro é, antes de tudo,
a arte de exercer carinho e boa vontade.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Alimentação saudável na terceira idade

Capítulo nevrálgico no cuidado com idosos. Mais do que nunca, nessa fase da vida, é preciso comer o que é bom e restringir, ou evitar, os alimentos que possam prejudicar a saúde do idoso. A matéria é bastante esclarecedora. cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; cuidadores de idosos; 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Depressão e Ansiedade no Idoso

PsiqWeb - Psiquiatria Geral - G.J.BALLONE

A conhecida relação entre sintomas depressivos e idade avançada sempre tem gerado numerosos estudos. A maioria desses estudos aborda a polêmica sobre o fato da depressão no idoso ser considerada, ou não, um tipo diferente das demais depressões. Esse debate inicialmente se concentrou sobre a idade do paciente idoso que sofria de depressão, interessava saber se a depressão era senil, involutiva, pré-senil, etc.

Posteriormente, enfocou-se as comparações da idade dos pacientes quando se iniciou a depressão. Nesse caso enfatizava-se antecedentes depressivos, episódios depressivos ou distimia na história pregressa do paciente. Neste caso pretendia-se saber se a depressão era, de fato, senil ou era uma depressão antiga apresentando mais um episódio agudo no idoso.

Os argumentos que sustentam ser a depressão no idoso um tipo diferente da depressão de outras faixas etárias se apóiam nas diferenças de sintomatologia. Nos idosos, por exemplo, a depressão se apresentaria com sintomas somáticos ou hipocondríacos mais freqüentes, haveria menos antecedentes familiares de depressão e pior resposta ao tratamento. Apesar disso, a tendência atual é não estabelecer diferenças marcantes entre a depressão da idade tardia e a depressão dos adultos mais jovens. De fato, o que teria de diferente nos idosos seria, não a depressão em si, mas as circunstâncias existenciais específicas da idade.

Do ponto de vista vivencial, o idoso está numa situação de perdas continuadas; a diminuição do suporte sócio-familiar, a perda do estatus ocupacional e econômico, o declínio físico continuado, a maior freqüência de doenças físicas e a incapacidade pragmática crescente compõem o elenco de perdas suficientes para um expressivo rebaixamento do humor. Também do ponto de vista biológico, na idade avançada é mais freqüente o aparecimento de fenômenos degenerativos ou doenças físicas capazes de produzir sintomatologia depressiva.

Assim sendo, embora os fatores bio-psico-sociais agravantes possam estar associados ao rebaixamento do humor na idade avançada, eles podem gerar confusão a respeito das características clínicas da depressão nessa idade. Os clássicos conceitos de depressão reativa, depressão secundária e depressão endógena se confundem na depressão senil. 
CAUSALIDADE DA DEPRESSÃO
DEPRESSÃO REATIVAReativa a alguma situação vivencial traumáticaDe fato o idoso passa por uma condição existencial problemática e, muitas vezes, sofrível
DEPRESSÃO SECUNDÁRIASecundária à alguma condição orgânicaDe fato o idoso costuma desenvolver estados patológicos e degenerativos que facilitam o desenvolvimento da depressão
DEPRESSÃO ENDÓGENAEndógena é constitucional, atrelada à personalidadeOra, de fato as pessoas com depressão endógena ou constitucional envelhecem e continuam depressivas
DEPRESSÃO REATIVA (Reativa a alguma situação vivencial traumática)
De fato o idoso passa por uma condição existencial problemática e, muitas vezes, sofrível.

DEPRESSÃO SECUNDÁRIA (Secundária à alguma condição orgânica)
De fato o idoso costuma desenvolver estados patológicos e degenerativos que facilitam o desenvolvimento da depressão.

DEPRESSÃO ENDÓGENA (Endógena é constitucional, atrelada à personalidade)
Ora, de fato as pessoas com depressão endógena ou constitucional envelhecem e continuam depressivas

Como vemos no quadro acima, pelas condições existenciais a depressão do idoso bem que poderia ser, de fato, reativa. Poderia igualmente ser secundária às condições físicas do idoso e, finalmente, pelos eventuais antecedentes, poderia ser endógena. Nos adultos jovens esta confusão causal é menor, pois os aspectos do entorno existencial estão mais claramente definidos.
A depressão nos idosos depende da interação entre fatores ambientais, constitucionais, biológicos e suporte social. Os eventos ambientais são representados pelas questões vitais negativas, como por exemplo perdas e limitações, podem funcionar como desencadeadores da depressão. Os elementos constitucionais são as propensões genéticas ao desenvolvimento da depressão, bem como os traços de personalidade de marcante ansiedade. A biologia do envelhecimento contribui para a eclosão da depressão através das doenças físicas e a conseqüente incapacitação, inclui-se aqui a chamada Depressão Vascular de início tardio, conseqüência das alterações da circulação cerebral. A ruptura de vínculos sociais, perda do espaço ocupacional, a diminuição do rendimento econômico, o isolamento são elementos dosuporte social que favorecem a depressão.
A incapacidade decorrente da senilidade, por exemplo, é um fator de risco importante a curto e longo prazo para o desenvolvimento da depressão nos idosos. O início da incapacidade gera considerável estresse e alterações negativas do estilo de vida. A imobilidade, a dor, ansiedade, necessidade de hospitalização demorada e reabilitação intensiva, aumento de eventos vitais negativos (perdas de pessoas, materiais, sociais, ocupacionais), sensação de perda do controle sobre a própria vida, baixa autoestima, desmoralização, restrições das atividades sociais e relações interpessoais dificultadas são algumas dessas alterações, que podem precipitar o início da depressão. 
A Situação Existencial do Idoso O estudo da psicopatologia da velhice a partir de três aspectos concretos: saúde mental, percepção do envelhecimento e autonomia funcional. Segundo César Vásquez Olcese (2001), parece haver diferenças significativas entre saúde mental e percepção do envelhecimento.

Em países como o nosso, cheios dos problemas derivados do subdesenvolvimento e de necessidades cada vez maiores, normalmente o Estado tende a fixar sua atenção e esforço na solução de problemas conjunturais, problemas que afligem à generalidade dos habitantes. O estado empobrecido não prestigia determinados setores da população, como exigiria a terceira idade.

Por isso, é quase certo dizer que os idosos de nossa sociedade estão marginados. Eles estão excluídos da produção contra sua vontade, tornam-se pouco consumidores, tendem a consumir maiores recursos da saúde, e acabam sobrevivendo a expensas de uma sociedade quase sempre hostil, recebendo as ajudas caridosas que esta se digna oferecer-lhes. Estão excluídos da produção porque ninguém lhes dá emprego, tornam-se pouco consumidores porque não têm dinheiro, não têm dinheiro porque ninguém lhes dá emprego, e consomem recursos da saúde porque adoecem, e adoecem mais porque não têm recursos para a saúde. Forma-se assim um deplorável círculo vicioso.

A mídia foi a primeira a detectar essa situação deplorável dos idosos. Os idosos só aparecem em propaganda de planos de saúde, no marketing de supermercados estão as pessoas de meia idade e todos os demais prazeres da vida são monopolizados pelos jovens, irrequietos, barulhentos e coloridos. Mas quem para a conta dos prazeres são as pessoas de meia idade e quem ajudou a erigir a estrutura social, essa mesma estrutura social dos prazeres, forma os idosos.

Infelizmente, um dos sintomas deste descuido social geral para com o idoso é o escasso conhecimento que se tem de sua realidade psicológica, de sua subjetividade e da percepção que ele tem de si mesmo e do mundo em que vive. Os estudos referidos à velhice se concentram, em geral, nos aspectos demográficos, socioeconômicos, de seguridade social e de saúde física, deixando de lado a saúde emocional e o colorido dos sentimentos da pessoa que envelhece.

É pois, imperioso que a sociedade de um modo geral, e a medicina psiquiátrica em particular, se aproximem e conheçam a dimensão subjetiva, a problemática da saúde emocional e as potencialidades subjacentes do idoso. Muito pouco se sabe sobre como o idoso percebe a si mesmo e a seu envelhecimento, e isso será apenas o primeiro passo para estabelecer uma atenção psicológica e rastrear os fatores materiais e sociais que a determinam a angustia e a depressão que rodeiam o envelhecimento.

A Saúde Mental do Idoso Saúde Mental poderia ser entendida como o equilíbrio psíquico que resulta da interação da pessoa com a realidade. Essa realidade é o meio circundante que permite à pessoa desenvolver suas potencialidades humanas e, normalmente, essas potencialidades estão estreitamente associadas à satisfação das necessidades humanas.

Uma das principais necessidades humanas básicas, para o idoso ou qualquer um outro, é a chamada Autonomia Funcional. Esta, diz respeito à capacidade que tem a pessoa para valer-se de si mesmo, interatuar com o ambiente e satisfazer suas necessidades.

Percepção do envelhecimento é a manifestação subjetiva das alterações sofridas a nível somático e funcional, atribuibuídas ao envelhecimento. Isto se expressa numa troca da identidade pessoal, a imagem corporal, a autovalorização, etc. Operacionalmente pode definir-se como a auto-atribuição de traços de velhice. Assim sendo, a percepção do envelhecimento se dá, mais destacadamente, nas seguintes observações:

Alterações na aparência física A grande maioria dos idosos se percebe com menos cabelo, cabelos brancos (91.2%); manchas e rugas na pele (81.1%); problemas de visão e de audição (74.9%); déficit na força muscular (59.7%), etc. A isso se associa uma característica psicológica, que é um forte apego ao passado (57.2%).

Os fatores sociais e os elementos gerais parecem exercer uma forte influencia. As mulheres levam mais em conta as mudanças em sua aparência externa, os homens, por sua vez, ressentem mais a debilidade física.

Dentro da percepção do envelhecimento, cabe chamar a atenção sobre a explicação que os idosos realizam de sua velhice, e sobre a rapidez com que esta se instaura para eles. O ritmo do envelhecimento é percebido de forma diferente por homens e mulheres. A maioria dos homens (59.1%) pensa envelhecer de forma lenta ou pouco a pouco. As mulheres (52.7%), em troca, vêem este processo como algo normal, nem lento nem rápido.

A correlação entre Saúde Mental e Percepção do Envelhecimento faz supor uma influência negativa dos problemas psicológicos sobre a autopercepção dos idosos. A presença de ansiedade, irritabilidade, sensação de insuficiência, de inutilidade, entre outras, pode levar aos idosos a supervalorizar (e em alguns casos extremos, a acelerar) alguns traços próprios da velhice.

Da mesma forma, é lícito supor que a presença de certos traços do envelhecimento e seus efeitos nas vidas das pessoas possam gerar problemas psicológicos, já que, ao que parece, as limitações do envelhecimento e a marginalização social concomitante, terminam por afetar o equilíbrio interno dos indivíduos. O mais provável é que exista uma influencia recíproca entre ambos fatores, os mesmos que à maneira de um círculo vicioso se retro-alimentam mutuamente.

Autonomia Funcional Entre as principais características da perda progressiva da Autonomia Funcional estão os problemas de mobilidade, de mover-se de um lugar a outro, principalmente entre lugares distantes (40.9%). Outra limitação importante está no ato de preparar seus alimentos (32.7%) e, finalmente, em conseguir as coisas que necessitam (29.6%).

A discriminação que sofrem as mulheres no campo ocupacional, econômico, familiar e outros, notadamente a descriminação maior da qual foi vítima a mulher hoje senil, produz um efeito acumulativo que acaba resultando numa velhice mais problemática.

Tendo uma vida marginalizada e deficitária produz-se, quase sempre, uma velhice com problemas. Neste sentido, está certo o ditado que diz: “envelhece-se como se viveu”. Isso significa que o envelhecimento pode ser problemático na medida em que a vida tenha sido complicada ou, mais comumente, na medida em que a pessoa teve dificuldade em adaptar-se à vida.
As condições materiais de existência e o suporte familiar são fatores decisivos na sensação de Autonomia Funcional dos idosos. Estando suas necessidades melhores satisfeitas, haverá maior independência e liberdade de ação.

Em síntese, muitos problemas da Autonomia Funcional podem ser explicados a partir de fatores individuais, familiares e sociais. Entre os fatores individuais, em primeiro lugar se encontra o perfil psicológico e mental prévio da pessoa que envelhece, em seguida vem o nível educacional, as experiências vitais críticas, os acidentes, as doenças pregressas e atuais, a ocupação pregressa e atual, etc.

Socialmente, está em primeiro lugar, sem dúvida, a contundente influência restritiva que a sociedade exerce sobre os idosos, limitando suas possibilidades de atuação, oprimindo-os sob os modelos e padrões do "velho", e restringindo suas possibilidades de participação. De modo geral, não existe uma velhice típica, padrão, característica e igual. Existem múltiplas velhices; tantas como sociedades, culturas e classes sociais.

A Depressão e outros transtornos do humor, incluindo também as alterações ansiosas, são problemas psicológicos que, em muitíssimos casos, se expressam através de uma ampla variedade de transtornos físicos e funcionais na senilidade. Os próprios sintomas emocionais depressivos e típicos se constituem numa das principais queixas dos idosos.

Um dos mais adequados modelos de abordagem da depressão na terceira idade é o modelo bio-psico-social, o qual, como diz o nome, congrega os aspectos sociais, psicológicos e orgânicos como ingredientes necessários para produzir e manter o quadro depressivo. Sobre esse modelo bio-psicosocial, atualmente muito aceito, a medicina poderia atuar com eficácia num ou dois, ficando o aspecto social submetido à atuação política, notadamente nessa questão da terceira idade.
Depressão Relacionada ao Luto
Segundo dados recentes do censo norte-americano, 78% das pessoas viúvas têm 65 anos ou mais. O luto da viuvez tem sido descrito como o evento mais estressante da vida cotidiana. Na idade de 65 anos, mais de 50% das mulheres e 14% dos homens enviuvaram ao menos uma vez (Katherine Shear, American Psychiatric Association – 158o. Annual Meeting – May 2005 - Atlanta – Geórgia – USA).
Comparados aos indivíduos casados, há um aumento nas consultas médicas gerais pelos viúvos no primeiro ano após a perda. O luto é associado a um aumento da mortalidade dos enlutados e as causas de morte são variadas nos diferentes estudos, geralmente incluem suicídios e acidentes.
É provável que a depressão não reconhecida e não tratada contribua de maneira substancial para essa mortalidade aumentada. Viúvos com episódios depressivos maiores, comparados aos que não têm depressão, têm uma percepção negativa da própria saúde, são mais propensos a engajar-se em atividades pouco saudáveis, como fumo ou uso de drogas, e tendem a apresentar comprometimento do sistema imune. Além disso, estudos têm documentado que o luto é um fator de risco para o desencadeamento de transtornos de ansiedade.
Embora a morte súbita de um ente querido possa desencadear a depressão, isso também pode resultar em um Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Transtorno de Pânico, Transtorno de Ansiedade Generalizada e Transtorno Obsessivo-Compulsivo, todos eles observados no período de elaboração das perdas.
O luto traumático, uma condição recentemente reconhecida, é uma condição especialmente debilitadora. O foco é a revisão da apresentação clínica, fatores de risco e o tratamento dos transtornos de ansiedade e do humor relacionados ao luto, inclusive o luto traumático.
A ocorrência de Transtorno Depressivo Maior em esposas enlutadas geralmente é percebida em um intervalo de tempo decorrido desde a morte de 2 a 6 meses, em 24 a 30% das pessoas. Ao longo de 1 ano esta prevalência se reduz para 16% e permanece mais ou menos estável até 2 anos, em 15%.
Provavelmente este fato se deve à existência de dificuldades de elaboração das perdas nessa parcela da população. O luto complicado geralmente está associado à história pessoal anterior de Transtorno Depressivo (24% com história anterior contra 8% sem antecedentes depressivos) e história familiar de Transtorno Depressivo (37% contra 24%).

Depressão e Demência  A demência implica sempre num comprometimento importante e irreversível na qualidade de vida da pessoa, portanto, se a demência foi diagnosticada, o prognóstico é sempre reservado. Não é raro encontrarmos quadros similares à demência em idosos hospitalizados, os quais, se apropriadamente tratados, restabelecem a saúde cognitiva. Entretanto, embora alguns autores mencionem esses quadros sob a denominação de demências reversíveis, na realidade trata-se de Delirium, um quadro diferente de Demência.

As demências verdadeiras, sejam elas resultado de um quadro progressivo como a Doença de Alzheimer ou de Demência Vascular, ou de natureza estável, como as seqüelas de AVC, serão sempre irreversíveis. Embora as atuais tendências para o tratamento da demência, como por exemplo o uso de inibidores da acetil-colinesterase ou programas de reabilitação cognitiva, tragam inegáveis benefícios para os pacientes, não é possível ainda, restituir o nível de cognição anterior.

O Brasil já pode ser considerado um país envelhecido, apresentando mais de 7% de idosos na sua população. Portanto, a medicina deve aparelhar-se para distinguir o envelhecimento normal do patológico, bem como a demência da depressão senil (pseudodemência depressiva).

Nesta última questão, tem sido às vezes bastante difícil diferenciar o envelhecimento normal dos eventuais pródromos de uma demência incipiente. As alterações neurofisiológicas associadas ao envelhecimento começam a aparecer cedo na vida das pessoas, geralmente em torno dos 40-50 anos e, dependendo de fatores genéticos, ambientais e antecedentes médicos pessoais, evoluem de forma muito variável entre as pessoas.

Anteriormente acreditava-se que os neurônios jamais se multiplicavam na vida adulta, entretanto, hoje já se demonstrou eles podem replicar-se a partir das chamadas células-fonte, porém, essa multiplicação não costuma ser suficiente para neutralizar totalmente a perda progressiva da população neuronal do cérebro. Mesmo ocorrendo alguma reorganização benéfica de sinapses e dendrítos ao longo dos anos, bem como modificações no número e sensibilidade dos neuroreceptores, alguma alteração na performance cognitiva é observada e constatada em testes neuropsicológicos com o envelhecimento.

As habilidades mais preservadas no idoso são aquelas resultantes da substancial aprendizagem, isto é, habilidades bem consolidadas e, portanto, mais resistentes à deterioração mnêmica. Avaliar essas habilidades sólidas é um dos primeiros passos para o diagnóstico de demência.

A avaliação do nível de consciência global deve levar em conta também o nível de conhecimentos gerais do paciente. E este último, será sempre conseqüente a educação formal do paciente. O exame da leitura costuma ser conjunto à avaliação da compreensibilidade, ou seja, não se avalia apenas a leitura em voz alta, mas também a interpretação do que foi lido. 
Existem diferentes comprometimentos nas habilidades verbais que aparecem no exame da comunicação. Em geral, as alterações de linguagem ocorrem a nível léxico-semântico. Neste caso investiga-se a lembrança de palavras, a nomeação de objetos, a fluência verbal e o nível discursivopragmático. Porém, o vocabulário deve ser avaliado com algum cuidado, relevando-se os discretos déficits de nomeação freqüentes em qualquer pessoa. Excluída essa possibilidade fisiológica, a dificuldade de dar nomes às coisas (disnomia) será considerado um dado valioso na avaliação cognitiva. Quando a dificuldade para nomear é gráfica, chamar-se-á disgrafia.

Ainda na avaliação da comunicação, os pródromos demenciais costumam mostrar alguma dificuldade de narração de histórias, interpretação da eventual mensagem da história ou do ditado e dificuldades de informar adequadamente sobre a situação global a que se refere à história.

O declínio de memória do idoso normal ocorre de modo discreto e se dá, predominantemente, na memória operacional ou de trabalho. Será sempre bom lembrar que a aquisição de conhecimentos e de aprendizado também declinam com a idade, juntamente com a capacidade de retenção mnêmica mas, mesmo assim, será possível ao idoso normal, apreender e manter na memória a maior parte das solicitações do cotidiano. Um exame neuropsicológico minucioso da memória é indicado sempre que existir queixas significativas, embora a presença de queixas de memória em idosos normais seja bastante comum. Há alguns medicamentos que interferem na cognição e são largamente consumidos pela população de idosos.

Pseudodemência Depressiva Cabe ressaltar também a presença de depressão emocional, a qual pode chegar a 20% dos idosos, afetando a cognição e a motivação para a memória. A depressão comumente produz um déficit mnêmico, especialmente após os 40 anos, e esse prejuízo de memória do depressivo pode ser confundido com um quadro inicial de demência. Essa confusão depressão-demência pode ser maior ainda, levando-se em conta o fato da depressão freqüentemente ter características atípicas nos idosos.

O termo pseudodemência depressiva pode sugerir, erroneamente, que os déficits observados serão reversíveis com o tratamento adequado da depressão. Embora isso ocorra em alguns casos, não pode ser considerado como regra geral. Boa parte dos pacientes inicialmente diagnosticados como deprimidos (pseudodementes) apresentaram, depois de algum tempo, verdadeiros sinais de demência, apesar da melhora inicial com o uso de antidepressores. Os próprios estudos de imagem cerebral podem revelar sinais mais compatíveis com demência do que da depressão nos pacientes diagnosticados com pseudodemência depressiva.

Assim sendo alguém poderia pensar: "de que adianta conhecer a pseudodemência depressiva, se esta corre paralelamente à demenciação verdadeira?" De fato, embora, possa haver no idoso um déficit cognitivo compatível com a idade e de pequena monta, a presença concomitante de depressão aumenta essa deficiência ao ponto de, aos menos avisados, parecer um verdadeiro quadro de demenciação pura.

O benefício de se saber da existência da Pseudodemência Depressiva e de questionar esse diagnóstico está, primeiramente, no fato de minimizar o prejuízo cognitivo com o tratamento da depressão. Em segundo, diante da possibilidade de melhora, estimular familiares e médicos para o tratamento daquele que se tinha por exclusivamente demenciado.
Mas, é bom que se tenha em mente, que embora o tratamento com antidepressivos traga melhora aos sintomas cognitivos, esses pacientes normalmente estão mais comprometidos que seus pares não-deprimidos. Embora possa haver comprometimento da disfunção cognitiva pela depressão, isso não exclui a presença de demência subjacente. No caso de idosos deprimidos, uma das principais características do exame neuropsicológico é a discrepância entre os resultados e as queixas apresentadas.

O exame neuropsicológico pode também ser normal em alguns casos de demência incipiente, principalmente em indivíduos com elevada escolaridade. Isso ocorre porque, embora tenha ocorrido declínio de funções cognitivas, o desempenho ainda permanece dentro da faixa de normalidade. 
Depressão versus Demência Embora haja diferenças diagnósticas entre a cognição prejudicada pela depressão e a demência, é bom lembrar, como já foi dito, que as duas situações não devem ser encaradas como distintas, tendo em vista que, mais provavelmente, elas possam coexistir (prof. Paulo Mattos da UFRJ).
CARACTERÍSTICASDEPRESSÃODEMÊNCIA
InícioPrecisoIndeterminado
ProgressãoRápidaLenta
Atendimento MédicoMais precoceMais tarde
Valor da queixaDetalhadaAusente
O que é valorizado pelo pacienteOs fracassosOs sucessos
Esforço e disposiçãoPoucoMantido
SociabilidadePerdidaMantida
PioraPela manhãPela tarde

Geralmente, no exame neuropsicológico do deprimido se observa uma grande discrepância entre as queixas apresentadas e os resultados do exame. Embora as queixas sejam contundentes e freqüentes, os déficits realmente constatados pelos exames são quase sempre pequenos ou inexistentes. Esta discrepância é importante para consolidar o diagnóstico de déficit secundário à depressão.

O paciente com déficits cognitivos secundários à depressão tem um comprometimento maior da recuperação da memória imediata, logo após a apresentação pelo examinador, como se houvesse uma "preguiça" para lembrar as coisas que acaba de apreender. A recuperação tardia, depois de alguns minutos ou horas é basicamente normal. No caso de demências, a recuperação imediata está igualmente comprometida, mas a recuperação tardia tende a ser bem pior que a imediata, evidenciando perda de material ao longo do tempo.

Os déficits cognitivos relacionados à depressão também têm como característica seu curso flutuante ao longo do dia ou dos dias, podendo estar hora normal e hora muito prejudicado.

Naquelas pessoas deprimidas que apresentam déficits cognitivos variados, estes últimos melhorariam com o uso de antidepressivos que levariam à remissão da depressão.
Quando a melhora cognitiva não parece ser completa, apesar de ter ocorrido remissão completa ou quase completa do quadro depressivo, deve-se ponderar duas hipóteses:
a) existe déficit cognitivo real subjacente ao quadro, isto é, demência incipiente com déficit apenas exacerbado pela depressão (excess disability) ou;
b) os antidepressivos estão, de algum modo, interferindo na cognição.
Embora existam relatos sobre o comprometimento de memória com o uso de Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRSs), em especial a fluoxetina, classicamente aquele déficit ocorre com o uso de antidepressivos tricíclicos. Sabe-se que quanto maior a atividade anti-colinérgica, maior a possibilidade de indução da dismnésia. Na verdade, qualquer fármaco com propriedade anti-colinérgica pode induzir o mesmo efeito.É interessante observar que os déficits causados por antidepressivos tricíclicos poderem ser indistinguíveis daqueles causados pela depressão. Essa perda cognitiva determinada pelo próprio antidepressivo será classificada como Delirium.

Neste caso, deve-se trocar o antidepressivo tricíclico para um Inibidor Seletivo da Recaptação da Serotonina (ISRS), tais como venlafaxina, bupropiona ou a mirtazapina. Deve ser evitado o uso concomitante de benzodiazepínicos, que podem causar déficit mnêmico por vezes muito significativo,. A mirtazapina, pelos seus efeitos ansiolíticos, em geral permite ao médico não usar benzodiazepínicos.
Depressão por Razões Circulatórias
Existem múltiplas barreiras ao diagnóstico da Depressão de Início Tardio, tais como, por exemplo, as próprias circunstâncias existenciais do envelhecimento e o estresse relacionado ao panorama social do idoso, a falta de exames de laboratório em larga escala, as dificuldades de atendimento médico especializado dos idosos, etc. Estudos recentes apontam a possibilidade dos quadros depressivos de início tardio serem pródromos ou uma manifestação inicial da demência que viria mais adiante.
 A hipótese da Depressão de Início Tardio ser conseqüência das alterações vasculares encontradas nos idosos foi enunciada por Hickie et aI. em 1995, conforme se segue: “...presumimos que a insuficiência cerebrovascular em pessoas idosas leva a alterações significativas em estruturas subcorticais e nos núcleos da base, estruturas envolvidas nos transtornos do humor de início tardio...” (Hickie I, Scott E, Mitchell P, Wilhelm K, Austin MP, Bennett B - Subcortical hyperintensities on magnetic resonance imaging: clinical correlates and prognostic significance in patients with severe depression. Biol Psychiatry. 1995 Feb 1; 37(3): 151-60). 
Um dos interesses em conceituar esse tipo, digamos, mais orgânico de depressão no idoso, que é a Depressão de Início Tardio de outras formas de depressão, é a atitude preventiva contra doenças circulatórias cerebrais e um tratamento mais adequado.
As pesquisas neurofuncionais apontam também para a chamada leucoencefalopatia, que se caracteriza por lesões de origem vascular observadas na substância branca à ressonância magnética, está diretamente relacionada à Depressão de Início Tardio. Essas lesões na substância branca, juntamente com uma redução do volume dos núcleos da base, estão presentes em aproximadamente 60% dos pacientes com Depressão de Início Tardio, contra apenas 10% dos pacientes com depressão de início precoce.
Os estudos sobre a depressão vascular também incluem a ocorrência concomitante de hipertensão arterial e doença das coronárias, ambas como fatores de risco para lesões frontais e dos núcleos cinzentos da base.
Estes fatores orgânicos, vasculares, interagem com os fatores psicológicos, com os eventos vitais negativos do envelhecimento, com fatores genéticos e com fatores sociais aumentando muito a vulnerabilidade à depressão.
Essa teoria da depressão de origem vascular como um outro tipo de depressão tem gerado diversas propostas e reflexões. Um dos critérios para o diagnóstico inclui a presença de alteração vascular cerebral, mais os fatores de risco cardiovasculares (hipertensão arterial e/ou doença coronariana) junto com a existência de lesões à ressonância magnética.
Dentro desse panorama, uma das conseqüências da depressão em pacientes com lesões vasculares seria a resistência ao tratamento com um determinado antidepressivo (monoterapia), sendo necessário, muitas vezes, a associação de dois ou mais medicamentos desse tipo. Além disso, há a necessidade de mais tempo para a recuperação, bem como maior declínio cognitivo e risco aumentado para demência e de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Existem algumas diretrizes para a avaliação de pacientes possivelmente portadores de Depressão de Início Tardio (Vascular):
1. Estabelecer a idade de início do primeiro episódio depressivo maior (faça o melhor que puder).
É claro que, se houveram episódios depressivos anteriores o episódio atual pode ser mais um deles e não uma depressão de origem vascular. Para esse diagnóstico é importante que a pessoa não tenha antecedentes depressivos em idades anteriores, embora existam exceções a essa regra.
2. Avaliar os fatores de risco cardiovasculares:
a. Fumo
b. Pressão arterial
c. História familiar
d. Perfil lipídico
e. Exercício
3. Avaliação cognitiva:
a. O paciente tem queixas de memória subjetivas?
b. MMSE (Mini Exame do Estado Mental
c. outros testes
4. Medicação atual:
a. Avaliar a carga anticolinérgica
b. Avaliar possíveis interações medicamentosas
5. Possibilidade de solicitar RM.
CONCEITOS Já existem vários autores recomendando uma certa independência dos rígidos critérios da CID.10 E do DSM.IV para o diagnóstico da depressão no idoso. Isso porque, para essas classificações formais, as diferenças de diagnóstico entre os vários transtornos depressivos se dão de acordo com o número de episódios, duração dos mesmos, gravidade dos sintomas e evolução. Entretanto, no ancião é difícil estabelecer limites entre o estado normal e depressivo. Para ele o diagnóstico da depressão deveria se basear mais em critérios quantitativos que qualitativos.

Partindo-se de um estado de ânimo retraído, de determinadas condutas e de pensamentos depreciativos (culpa, inutilidade, abandono...), juntamente com determinadas manifestações fisiológicas, tais como a perda de peso, insônia, dores incaracterísticas, somatizações,... vários autores propõem cinco critérios para consolidar o diagnóstico da depressão no idoso (Spiltzer):
1-Vários sintomas de depressão pelo menos por 2 ou mais semanas.
2-Sentimento de estado de ânimo diminuído durante este tempo.
3-Presença de pelo menos quatro dos sintomas seguintes:
aumento ou diminuição do apetite,
aumento ou diminuição do sono,
diminuição da energia,
sensação contínua de fatiga ou cansaço,
perda de interesse,
perda de prazer nas relações sociais,
perda de prazer nas atividades cotidianas,
sentimentos de reprovação ou culpa de si mesmo,
lentificação ou agitação psicomotora,
queixas ou evidência de diminuição na capacidade de concentração.
4-Alterações no funcionamento cotidiano da pessoa (interação social, nível de atividade e busca de ajuda profissional), como causa ou conseqüência da depressão.
PREVALÊNCIA A prevalência de depressão e transtornos depressivos nos idosos, de um modo geral, oscila desde 10 até 20-27% (Blazer, Hughes, George - 1987). Já em idosos institucionalizados a taxa de prevalência de depressão vai de 25 a 80% (Hyer y Blazer -1982). É bom saber também que a depressão é 3 vezes mais prevalente em idosos com alguma deterioração funcional que naqueles sem essa condição.

SINTOMATOLOGIA De um modo geral, a clínica da depressão nos idosos é mais variada e atípica que no adulto jovem. Os idosos apresentam freqüentemente sintomas depressivos que nem sempre se ajustam aos requisitos necessários para categorias diagnósticas das classificações tradicionais (CID.10 e DSM.IV). Normalmente esses quadros são repletos de sintomatologia somática.
Os sintomas mais freqüentes costumam ser inquietação psicomotora (depressão ansiosa), sintomas depressivos (insuficientes para categorias de diagnóstico formal), somatizações variadas, sinais de alterações vegetativas, perda da autoestima, sentimentos de abandono e dependência, eventuais sintomas psicóticos, déficit cognitivo variável, idéias de ou suicídio.

Em menor escala pode surgir alterações do sono, alterações do apetite, reconhecimento dos sintomas psiquiátricos, perda de energia, sensação de culpa, tristeza subjetiva, diminuição da concentração e pensamentos sobre a morte.

Não se deve esquecer que a depressão é a patologia mais freqüente no idoso e, normalmente, é apresentada de maneira atípica ou indireta, ou seja, encoberta por múltiplas e variadas queixas somáticas e associada a quadros de franca ansiedade.
O diagnóstico da depressão no idoso se baseia na história clínica, nos antecedentes afetivos pessoais e familiares bem como no julgamento de elementos sócio-psicológicos associados e possivelmente facilitadores. Para o clínico, nunca é demais enfatizar que as diferenças entre os distintos tipos de depressão apontados pelo DSM-IV ou CID.10 não têm tanta relevância prática para a população de idosos.

PESQUISAS Algumas pesquisas podem refletir a realidade do idoso, como por exemplo as de Blazer (Blazer, Hughes, George - 1987) e Kane (Kane A. R., Kane R.L. -1993). Esses estudos permitem considerar que:
1- A maioria dos idosos institucionalizados (75%) não está satisfeita e contente com sua situação atual na instituição, o grau de bem estar pessoal é insuficiente, o índice de satisfação global é baixo e a auto-estima também é mínima (Lawton M.P. – 1975).
2- A auto-estima diminui progressivamente com a idade, atingindo seu ápice mais baixo entre os 75 e 84 anos.
3- Parece que essa diminuição da auto-estima não é diferente entre homens e mulheres.
4- A prevalência de transtornos depressivos na população institucionalizada é de 54%, portanto, superior às taxas de prevalência de 23-40% estabelecida na população de idosos em geral.
5- Em estudos tomando por base os índices de hemoglobia glicosilada entre idosos, o grupo mais alto se encontra na faixa de 75-84 anos, que é o mesmo grupo identificado com pior resultado na escala de satisfação de Filadélfia e com maior prejuízo da auto-estima (Lawton M.P. – 1975). Isso pode sugerir que as alterações do sistema neuroendócrino podem estar associadas a possíveis transtornos depressivos no processo de envelhecimento.
Para referência
Ballone GJ - Depressão no Idoso - in. PsiqWeb, Internet, disponível emwww.psiqweb.med.br, revisto em 2006
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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Internação prolongada atinge maioria dos idosos

quinta-feira, 21 de julho de 2011 9:30 cuidadores de idosos;cuidadores de idosos;cuidadores de idosos;

Agência Estado

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No Rio, mais da metade dos idosos que chegam a hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) na modalidade de cuidados prolongados ficam mais de seis meses internados. Em 16,5% dos casos, o período ultrapassa dois anos. A longa internação caracteriza o que especialistas chamam de institucionalização hospitalar, quando o local de moradia passa a ser a instituição de saúde.

Foram analisadas 4.575 guias de internação de cuidados prolongados emitidas para pacientes com mais de 60 anos entre 2001 e 2007. No período, só 20% receberam alta. Chama a atenção o fato de 35,3% terem morrido durante a internação. Seguiam internados 35,7% dos pacientes - 9% foram transferidos.

O levantamento, coordenado pela demógrafa Dalia Romero, do Centro de Informação Científica e Tecnológica da Fundação Oswaldo Cruz, foi publicado no livro Cuidados para a População Idosa: de Quem é a Responsabilidade?, editado no ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Para a coordenadora de População e Cidadania do Ipea, Ana Amélia Camarano, organizadora do livro, é urgente que se defina uma política de cuidados de longa duração para idosos. A pesquisa mostra que 20% dos pacientes com mais de 60 anos internados por cuidados prolongados estão nos hospitais por "motivo sociofamiliar". "Esse idoso está em risco. Ele não faz atividades, não tem um papel social. Ele fica ali esperando a morte", diz Camarano.

No Rio, a internação por cuidados prolongados de pacientes entre 60 e 64 anos é quatro vezes maior que a média nacional. As hipóteses apontadas são de que isso ocorre porque há menor disponibilidade desse serviço em outras regiões, atenção básica (postos de saúde e Programa de Saúde da Família) insuficiente no Estado e taxa menor de fecundidade - famílias reduzidas têm menor rede de apoio a idosos.

"É preciso ter aumento da oferta de leitos em instituições de longa permanência para idosos (nome técnico dos abrigos). Um leito nessa instituição custa quase a metade do preço de um leito hospitalar e o idoso tem um atendimento mais adequado", diz Ana Amélia. Ela defende a criação de um programa de apoio para o familiar cuidador, com remuneração, inserção no INSS e até mesmo folgas. "É preciso lembrar que ele passa 24 horas por dia, sete dias por semana, em função do seu familiar". As informações são do jornal O Estado de S. PauloAE
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quarta-feira, 13 de julho de 2011

NOVA PESQUISA MOSTRA QUE PODEMOS CONTROLAR NOSSO ESQUECIMENTO


Você já ouviu o ditado “você só lembra o que quer lembrar”? Agora existem evidências que o dito popular é correto. Um novo estudo realizado na Lund University, na Suécia, mostra que podemos nos treinar para esquecer coisas.
A suposição de que os seres humanos podem controlar e intencionalmente esquecer memórias não desejadas tem gerado controvérsia desde a afirmação de Freud, no começo do século 20. Agora, o pesquisador em Psicologia Gerd Thomas Waldhauser demonstrou por meio de estudos com neuroimagens que Freud estava correto nas suas afirmações: da mesma forma que podemos controlar impulsos (podemos, por exemplo, rapidamente instruir o cérebro a não pegarmos um cactus que está caindo na mesa), podemos controlar nossa memória.
Os testes de Waldhauser foram realizados em ambiente de laboratório onde os voluntarios eram convidados a praticar o esqueccimento, ou a tentar esquecer fatos. Através de testes com EEG – Eletroencefalograma – Waldhauser mostra que as mesmas partes do cérebro são ativadas quando contemos um impulso motor e quando suprimimos uma memória. E, assim como treinamos a contençao de impulsos motores, também podemos treinar a supressão de memórias, isto é, esquecer.
Waldhauser aponta diversas situações nas quais esquecer pode ser útil. Pessoas sofrendo de depressão muitas vezes alongam-se em pensamentos negativos os quais poderiam ser reprimidos para que o indivíduo pudesse emergir da depressão. O mesmo ocorre com pessoas que sofrem de estresse pós traumático; o trauma faz com que seja difícil para o paciente agir racionalmente e resolver sua situação. No entanto, as possíveis consequencias de uma repressão deliberada de memórias ainda não estão claramente estabelecidas.
“Nós sabemos que ‘esquecer’ ou reprimir sentimentos muitas vezes são manifestações de reações psicológicas”, diz Waldhauser, que é cuidadoso para esclarecer que os voluntários do estudo foram treinados para esquecer informações neutras sob um ambiente de laboratório controlado. O treino para esquecer um evento traumático seria bem mais complexo.
Waldhauser demostrou não somente que podemos deliberadamente esquecer coisas. Através das medições por EEG, ele também controlou a captura do exato momento em que a memória é inibida – quando o esquecimento acontece.
A inibição da memória reduz-se após algumas horas. Porém, quanto mais a informação é suprimida, maior é a dificuldade para recuperá-la, como Waldhauser tem demonstrado por meio de estudos em laboratório.
“Se as memórias forem suprimidas por um longo período de tempo, poderá ser extremamente difícil recuperá-las”, diz Waldhauser.
Gerd Thomas Waldhauser publicou sua defesa de tese de doutorado, Behavioral and Electrophysiological Correlates of Inhibition in Episodic Memory.

Dieta e obesidade podem ter ligação com a doença de Alzheimer (Tim Harlan, M.D.)

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Interessante a conclusão de um estudo recente publicado, na revista Neurology. Pesquisadores suecos analisaram 8.534 gêmeos com idades acima de 65 anos. Trinta por cento dos pesquisados estavam com sobrepeso ou obesos. O risco de demência foi quase o dobro para aqueles que estavam acima do peso comparando com aqueles com peso normal. De forma alarmante, aqueles que eram obesos tiveram um aumento de risco da doença quatro vezes maior.

Esta pesquisa dá suporte a muitos estudos realizados nos últimos anos que associam a obesidade e a síndrome metabólica ao risco de demências. Enquanto a maioria das pessoas usa o termo Alzheimer para descrever demência, existem outras doenças associadas. Por exemplo, a demência multi-infarto é bastante comum e é um processo de de danos progressivos nos pequenos vasos sanguíneos do cérebro, da mesma forma que ocorre com as doenças vasculares e do coração.

É claro que a obesidade, especialmente a gordura central (na barriga), coloca as pessoas em risco. Em um estudo inicial, pesquisadores da Kaiser Permanente do Norte Califórnia pesquisaram se a obesidade em “forma de maçã” (que é por si só um forte risco para diabetes e doenças do coração) também seria um forte risco para a demência (esse estudo foi publicado em 2008 na revista Neurology). Eles identificaram pacientes do sistema de saúde, entre 1964 e 1973, com idade entre 40 e 45 anos de idade na época. Naquele período de nove anos, todos os pacientes elegíveis tiveram sua pressão arterial, níveis de colesterol, altura, peso, medida da cintura e medida da circunferência da coxa tomados como parte de seus cuidados médicos de rotina.
Em 2006, no ponto final do estudo, um grupo de mais de 6.500 pacientes elegíveis, homens e mulheres, ainda estavam vivos – numa idade entre 73 e 87 anos. Mais de 1.000 dos 6.500 pacientes foram diagnosticados com demência, entre 1994 e 2006. Suas medições da coxa e da cintura foram comparadas com aqueles que não foram diagnosticadas com a doença.

As medidas da cintura de todos os pacientes foram agrupadas em cinco seções de aumento das medidas de cintura, começando com a circunferência de cinturas normais – de acordo com o IMC. Comparados com os de circunferência da cintura normal, aqueles com maior circunferência da cintura tiveram o risco de demência aumentado em quase 300 por cento. Mesmo quando os pesquisadores ajustaram o IMC para o limite da obesidade, o risco de demência ainda foi de 200 por cento maiorde aumento. Por outro lado, aqueles cujo IMC estava na faixa de sobrepeso ou de obesidade, mas cuja forma do corpo era o de “pêra” tiveram o risco de demência aumentado em só 80 por cento. (Isso não significa que a forma de pêra seja um fator de proteção contra as conseqüências a longo prazo da obesidade, apenas significa que o riscos não são tão elevados quanto aqueles cuja gordura corporal é principalmente contida na barriga).

Cientistas do Reino Unido e Austrália fizeram um estudo similar, mas com menor alcance retrospectivo. Eles procuraram estabelecer uma ligação direta entre a síndrome metabólica e a doença de Alzheimer, selecionando 50 pacientes com provável doença de Alzheimer e distúrbios clínicos de memória – na Australia e na Inglaterra (esse estudo foi publicado em 2007 na revista Archives of Neurology). Outros 75 pacientes-controle foram recrutados, entre as esposas dos pacientes de Alzheimer membros das comunidades vizinhas. Todos os 125 participantes foram submetidos a uma completa bateria de exames médicos, incluindo a medição de altura e peso, circunferência da cintura, pressão arterial e medição dos níveis de glicose e colesterol. Além disso, eles fizeram testes como Mini Mental Exames Status (MMSE) para confirmar a demência (para os pacientes de Alzheimer) ou a falta dela (para o grupo controle).

Eles descobriram que aqueles, portadores da síndrome metabólica, apresentaram uma incidência três vezes maior de Alzheimer, comparados com os não portadores da síndrome. Curiosamente, pacientes com Alzheimer tendem a ter menos pressão arterial elevada do que aqueles com uma pontuação normal no MEEM e aqueles com alta pressão arterial parecem ter um risco reduzido de Alzheimer.

Fonte: http://www.huffingtonpost.com/tim-harlan-md/obesity-diet-alzheimers_b_860128.html
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segunda-feira, 11 de julho de 2011

LIFE ANGELS NO JORNAL DA BAND

http://www.band.com.br/jornaldaband/conteudo.asp?ID=100000443648

Matéria sobre cuidadores hoje,11/07

Não perca, daqui a pouco, no Jornal da Band, uma matéria especial sobre o mercado de cuidadores no Brasil.
A diretora da Life Angels, Claudia Mancini, e as profissionais da empresa participam do jornalístico.
A partir das 19h20, na Rede Bandeirantes.
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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Peptídeo negligenciado revela pistas para as causas da doença de Alzheimer

Pesquisadores do Riken Brain Science Institute (BSI), no Japão, e seus colaboradores, lançaram uma luz sobre a função de um peptídeo amilóide* pouco estudado na promoção da doença de Alzheimer. Os surpreendentes achados revelam que o peptídeo é mais abundante, mais neurotóxico, e exibe uma maior propensão agregante do que outros agentes amiloidegênicos antes estudados, sugerindo que podem desempenhar um papel potencial nas próximas tentativas para prevenir a amiloidose** que provoca a doença de Alzheimer.  

*Peptídeos são biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos através de ligações péptidicas, estabelecidas entre um grupo amina de um aminoácido, e um grupo carboxilo do outro aminoácido. Os peptídeos são resultantes do processamento de proteínas e podem possuir na sua constituição 2 ou mais aminoácidos.
** Amiloidose é uma patologia na qual ocorre acúmulo, em vários tecidos de amilóide, uma substância proteica rara (que normalmente não está presente no corpo). Há três tipos de amiloidose
Amiloidose Primária: causa desconhecida, sendo que a doença pode estar associada a alterações das células plasmáticas, como o mieloma múltiplo;
Amiloidose Secundária: resulta de outras doenças (pe: tuberculose, infecções dos ossos, artrite reumatóide, febre familiar do Mediterrâneo ou ileíte granulomatosa);
Amiloidose Hereditária: afeta os nervos e certos orgãos e foi detectada em indivíduos provenientes de Portugal, da Suécia, do Japão e de muitos outros países.
Uma quarta forma pode estar associada ao envelhecimento normal, afectando sobretudo o coração.

Uma doença cerebral irreversível, progressiva, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, a doença de Alzheimer é devastadora para as suas vítimas, roubando-lhes a memória, as habilidades cognitivas e, por último, suas vidas. Mesmo depois de décadas de pesquisas, as causas da DA permanecem esquivas. Dois aspectos no cérebro, tufos de tecidos anormais (placas senis) e feixes emaranhados de fibras são conhecidos como características da DA, mas existe um pequeno consenso sobre a ligação entre essas características e as raízes subjacentes da doença.
Uma hipótese que tem atraído apoios generalizados suporta a proposta de que a DA é causada pelo acúmulo de placas senis e em particular das suas principais constituintes os peptídeos amilóides. Duas principais formas desses peptídeos - Aβ, Aβ40 e Aβ42 –
tem sido associadas às mutações genéticas que causam os sintomas iniciais da DA, e portanto receberam atenção considerável das pesquisas. No entanto, o papel de outras espécies de peptídeos Aβ, que também existem no cérebro de pacientes de Alzheimer, ainda não foi suficientemente investigado.
Nesse atual trabalho, os pesquisadores focaram-se no Aβ43, um peptídeo amilóide encontrado frequentemente no cérebro de pacientes, assim como o Aβ42, mas que é relativamente pouco conhecido. Para estudar o papel desse peptídeo, eles geraram mutações genéticas em ratos que causaram uma super produção do peptídeo Aβ43, e utlizaram um sistema altamente sensível para distinguir as concentrações cerebrais dos diferentes peptídeos – 40, 42 e 43.

Os surpreendentes resultados revelaram que o peptídeo Aβ43 é muito mais abundante no cérebro de pacientes com DA do que o Aβ40, e muito mais neurotóxicos do que os Aβ42. O peptídeo Aβ43 também mostra a mais alta propensão de agregação e consideravelmente acelera a patologia amilóide. Mais do que isso, ao contrário das outras duas espécies, que existem nos cérebros humanos e de ratos desde o nascimento, os níveis do peptídeo Aβ43 parecem aumentar com a idade, coerentemente com o padrão de início da doença de Alzheimer.

Publicados na revista Nature Neuroscience, os achados revelam, portanto, a possível valia do peptídeo Aβ43 como biomarcador para o diagnóstico da doença de Alzheimer e sugere um papel potencial na abordagem para prevenção da amiloidose como causa da DA, prometendo esperança para os pacientes de Alzheimer em todo o mundo.


Provided by RIKEN - http://www.brain.riken.jp/

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